segunda-feira, 26 de novembro de 2012

O Relativismo Moral versus a Verdade Absoluta

O texto abaixo é roteiro da minha palestra dada no II fórum de jovens do Setor 32 (Assembleia de Deus, Catarina I)




I. CONCEITOS

RELATIVISMO: Atitude ou doutrina que afirma que as verdades (morais, religiosas, políticas, científicas, etc.) variam conforme a época, o lugar, o grupo social e os indivíduos. Nisso está baseado o multiculturalismo e a pluralidade religiosa, que induz as pessoas a estabelecerem “a sua verdade particular”, contrapondo os princípios universais exarados na Bíblia Sagrada.

COSMOVISÃO CRISTÃ: Visão de mundo sob a ótica judaico-cristã. É a compreensão da moralidade, religiosidade, política, ciência, etc, do ponto de vista cristão, considerando sempre as Escrituras Sagradas como a Palavra final em relação a qualquer tema, ou seja, a Bíblia, a Palavra de Deus, é a Verdade Absoluta. Os relativistas não levam em conta os princípios universais que valem para todas as pessoas, em todas as épocas e em todos os lugares.

II. FRANCIS SCHAEFFER E SUA INFLUÊNCIA
Para tratar de temas como cosmovisão cristã, verdade absoluta, relativismo moral e outros correlatos, o nome de Francis Schaeffer, sem dúvida, deve ser evidenciado. Ele foi pastor presbiteriano que desenvolveu um excelente trabalho voltado para essas temáticas, na Suíça. Fundou e dirigiu uma comunidade chamada L´Abri (O Abrigo) nos Alpes Suíços, onde milhares de pessoas de várias culturas – universitários, escritores, pastores, músicos, pintores – visitaram em busca de respostas honestas para perguntas honestas. Schaeffer foi um dos gigantes espirituais e intelectuais do século 20 e um dos maiores pensadores reformados de todos os tempos. Dentre os livros que escreveu, posso citar Verdadeira Espiritualidade, Morte na Cidade, Como Viveremos e a sua trilogia: O Deus que Intervém, A Morte da Razão e O Deus Que Se Revela (todos da Editora Cultura Cristã).

Algumas frases famosas desse pensador cristão: “O cristianismo não é uma série de verdades no plural, mas é a Verdade escrita com V maiúsculo. É a verdade sobre a realidade total, não apenas sobre assuntos religiosos”. “O cristianismo bíblico é a Verdade concernente á realidade total; é a propriedade intelectual dessa Verdade total, e então vive segundo essa Verdade.”

Francis Schaeffer influenciou a vida de muitas pessoas com seus escritos e com a Comunidade L´Abri. Dentre esses influenciados, e que hoje são também grandes pensadores cristãos, destaco Charles Colson e Nancy Pearcey. Esta última tem sido considerada atualmente a sucessora de Schaeffer, e escreveu Verdade Absoluta (CPAD), libertando o cristianismo de seu cativeiro cultural. Outro livro de Pearcey, junto com Charles Colson é E Agora, Como Viveremos? (CPAD) e O Cristão na Cultura de Hoje (CPAD).

III. A VERDADE EM DOIS PAVIMENTOS
Uma das tônicas da influência de Schaeffer é a indicação para os cristãos de que eles devem superar a divisão que fazem da sua vida, entre secular e sagrado, e viver a vida cristã intensamente, independente do ambiente em que se encontram. Assim, as atitudes, vivências, comportamentos e pensamentos serão a indicação da vida cristã em sua plenitude, pois muitas opiniões e práticas cristãs são confinadas na mente quando confrontadas pela opinião e prática secular sobre diversos assuntos. Devemos então, encontrar a Verdade Total, os princípios do Evangelho, em todas as situações. Nancy Pearcey captou e descreveu de forma excelente esse ponto específico esquematizando:

OS DOIS PAVIMENTOS
Pavimento de Cima - Pavimento de Baixo
Esfera Particular - Esfera Pública
Preferência Pessoal - Conhecimento Científico
Sagrado - Secular
Coração - Cérebro
Subjetivo - Objetivo

Seguindo essa linha, Ron Rhodes diz, na introdução do seu livro O Cristianismo Segundo a Bíblia (CPAD): “o cristianismo de hoje foi corrompido – até certo grau – pela cultura moderna... muitas pessoas consideram o domingo um dia sagrado e vêem o resto da semana como dias seculares, todavia, nos tempos bíblicos não havia essa distinção... Cada dia era uma oportunidade de viver para Deus e de glorificá-lo”.

Outro autor que aborda a mesma temática é John D. Beckett. Adoro Segunda-Feira é um livro onde ele capta essa divisão que institui uma crise existencial em muitos cristãos. Ele assim expressa: “Domingos eram domingos, muito diferentes do restante da semana, pois atuavam por um conjunto próprio de regras. Será que esses dois mundos que se mostram tão distintos podem se unir?”. Tem gente que adora domingo e detesta segunda-feira! Mas John Beckett é diferente. Ele conseguiu integrar o trabalho com a fé. Conseqüência: Ele está a serviço de Deus a semana toda. E adora segunda-feira!

IV. COSMOVISÃO CRISTÃ NA PRÁTICA
Hoje, com a diversidade cultural, a pluralidade religiosa, a mídia formadora de opinião, as redes sociais, e tantos canais de comunicação que fazem eco para toda forma de pensamento, enquanto cristãos, mais do que nunca devemos buscar um preparo consciente e intelectual, a fim de assumir uma postura de defensores da Verdade Absoluta.

O pastor César Moisés destaca a necessidade dos jovens e adolescentes estarem preparados, e os pais conscientes dessa necessidade, pois muitos adolescentes quando chegam à fase adulta abandonam a fé cristã quando confrontados com o relativismo. “O alarmante dado de que alguns adolescentes estão se desviando da igreja ou abandonando a fé, é sintomático e aponta para uma única direção: Os pais estão esquecendo seu dever, isto é, de fazer a lição de casa, contida em Efésios 6.4. E, num mundo em que o mercado de idéias, mais do que nunca, está em constante mutação, ler a Bíblia sem estabelecer uma conexão ou vinculá-la à realidade, ou seja, sem fazer uma leitura de mundo (Lc 12.54-57), é praticamente inócuo”.

Nancy Pearcey também comenta: “a apologética básica tornou-se habilidade crucial para a simples sobrevivência. [...] A tragédia é representada inúmeras vezes quando os adolescentes cristãos arrumam as malas, despedem-se dos pais e vão para universidades seculares, apenas para perder a fé antes de se formarem, tornando-se presas das mais recentes novidades intelectuais”.

Vamos agora dar alguns exemplos de como evidenciar a cosmovisão cristã diante do relativismo.

a. A EXISTÊNCIA DE DEUS
O que diz o relativismo: Negam a existência de valores morais, por acreditarem que não existe um Deus, portanto, não existem regras universais, verdade absoluta, certo e errado. Refutação: Durante a Segunda Guerra Mundial, C. S. Lewis já havia refutado essa posição numa série de palestras na Rádio BBC, que foi reproduzido em seu livro Cristianismo Puro e Simples. Sobre esse assunto, ele coloca: “As pessoas podem volta e meia se enganar a respeito do certo e errado, da mesma forma que às vezes erram numa soma; mas a existência de ambos não depende de gostos pessoais ou de opiniões, da mesma forma que um cálculo errado não invalida a tabuada”. Esse argumento para a existência de Deus é conhecido como Argumento Axiológico (axio = valor), ou Argumento Moral. Podemos resumi-lo assim: 1) Se Deus não existe, valores e deveres morais objetivos não existem. 2) Valores e deveres morais objetivos existem. 3) Portanto, Deus existe. E Jesus não titubeou em dizer que era a própria Verdade (Jo 14.6).

Outros argumentos para a existência de Deus, que você deve ter sempre em mente, são os Argumentos: Cosmológico: 1) Tudo que começa a existir tem uma causa. 2) O universo começou a existir. 3) Portanto, o universo tem uma causa. Ontológico: 1) Deus é o maior ser concebível. 2) A existência de Deus é possível, e não impossível. 3) Segue-se que Deus deve existir pela impossibilidade da não-existência. Teleológico: 1) O ajuste do universo, ou se deve a necessidade física, ou ao acaso, ou ao design. 2) Não se deve a necessidade física ou ao acaso. 3) Logo, o ajuste se deve ao design. Esse argumento ficou conhecido pela frase “todo relógio implica a existência de um relojoeiro”. (Gn 1.1; Sl 19; Is 40.22; Jo 1.3; Cl 1.16,17).

b. OUTROS TEMAS
Sobre o homossexualismo - dizem que é uma opção sexual. Algumas leis estão sendo discutidas para favorecer essa prática. Porém, a verdade absoluta sobre esse tema é: Lv 18.22; 20.13; Rm 1.26,27; 1 Co 6.10.

Sobre a virgindade - os jovens estão sexualmente cada vez mais precoces, falam que é preciso ter experiência antes de casar e confundem atração sexual com amor. Porém, a verdade absoluta sobre esse tema é: Pv 5.3-20; I Co 6.18; 7.9; Gl 5.19.

Sobre o aborto - a mãe decide interromper ou não, não importa a ética, religião ou ciência. Porém, a verdade absoluta sobre esse tema é: Ex 20.13; Jr 1.5; Zc 12.1; Sl 139.13,16; Gl 1.15.

Sobre o divórcio - como invertem os valores familiares e banalizam o casamento, o divórcio é uma alternativa natural. Porém, a verdade absoluta sobre esse tema é: Mt 5.32; 15.19; 19.9; 1 Co 7.10,11.

Sobre a Eutanásia - dizem que nestes casos a vida é apenas um prolongamento da morte, e que têm o direito de escolher entre a vida e a morte. Porém, a verdade absoluta sobre esse tema é: Ex 20.13; Jó 30.23; Ec 8.8; At 17.25.

Sobre a Política - nas várias esferas de poder o sistema político corrupto tem se tornado normal. As práticas corruptas são consideradas normais e até legais. Porém, a verdade absoluta sobre esse tema é: Rm 13.13; Tg 1.27.

Sobre o Evolucionismo: seguem a teoria de Darwin, de que o homem é resultado da evolução dos primatas. Porém, a verdade absoluta sobre esse tema é: Gn 1.1,26,27; 2.7; Sl 104.30; Jo 1.1-3; Cl 1.16,17. Além das leis científicas que descartam essa teoria, como a biogênese, a Reprodução Celular, a 1ª e 2ª leis da termodinâmica e o registro de fósseis.

c. O RELATIVISMO NO ENEM 2012
Exemplos de como temas que envolvem o relativismo e a verdade absoluta estão tão em evidência recentemente, são algumas questões do Exame Nacional do Ensino Médio, edição de 2012.

Na questão 1 (prova amarela) encontramos expressões como “matérias culturalmente delicadas”, “o status das igrejas e das comunidades religiosas”, “a delimitação das esferas pública e privada” e “distintas convenções de comportamento”.

Na questão 8, temos uma alternativa de resposta que diz “o exercício da racionalidade como pressuposto menor diante das verdades eternas”. E outra, “a emancipação da subjetividade humana de ideologias produzidas pela própria razão”.

Já na questão 11, sobre o assunto democracia e liberdade, houve alternativas que falavam sobre “livre arbítrio do cidadão em relação àquilo que é proibido” e “ao direito do cidadão exercer sua vontade de acordo com seus valores pessoais”.

V. CONCLUSÃO
Esta pequena abordagem sobre o tema O Relativismo Moral e A Verdade Absoluta deve funcionar como estímulo para que você busque cada vez mais um preparo como defensor da fé cristã, sabendo que ser cristão é também pensar, pois a nossa fé não é um salto no escuro. Como diz a Palavra de Deus: “estando sempre preparados para responder a todo aquele que vos pedir a razão da esperança que há em vós” (1 Pe 3.15).

Finalizo com as palavras de Nancy Pearcey: “Temos de aprender a colocar Deus de volta à esfera da discussão racional, a fim de ganhar um lugar à mesa do discurso público. Temos de achar um modo de falar sobre o cristianismo como conhecimento objetivo e não apresentar nossos valores pessoais. Temos de demarcar um território cognitivo e estar preparados para defendê-lo” (Verdade Absoluta, pág. 198).

Um excelente livro para começar a ler sobre esse tema é Cristianismo Puro e Simples, de C.S. Lewis.

sábado, 14 de julho de 2012

Música: cristã ou secular?

Para discorrer sobre esse assunto, precisamos ter em mente alguns conceitos próprios da temática. Ou seja, considerar o que de fato é: cristianismo, música e secularismo. E verificar assim, a relação entre eles.

Cristianismo - Longe de tentar uma abordagem extensa sobre a religião cristã e suas particularidades, e tentando focar seu significado próximo das várias manifestações artísticas, culturais e sociais, gosto do conceito dito por Francis Schaeffer: “O Cristianismo é a verdade sobre a realidade total, e não apenas sobre assuntos religiosos”. Então, estamos tratando de posturas corretas (a verdade) em todos os seguimentos sociais. A vivência de situações diversas sob a ótica cristã. Jesus viveu cada fase de sua vida, e tratou cada situação vivida seguindo as premissas da verdade que ele mesmo disse: sou eu (Jo 14.6).

Parece papo de intelectual, filosófico (Francis Schaeffer era). Mas o resumo de tudo é que não podemos separar ou distanciar nossos gostos pessoais, nossas atitudes e posturas, da verdade do Evangelho, da vida cristã. Se dizemos que tem que ser crente na escola, no trabalho, no lazer, da mesma forma que se é na igreja (sem separar o secular do sagrado); se dizemos que a ciência confirma a Bíblia, portanto a fé não é um salto no escuro (sem separar o secular do sagrado); se dizemos que o aborto, a eutanásia, o homossexualismo e a corrupção são pecados e mantemos esse discurso em qualquer ambiente que estivermos (sem separar o secular do sagrado), então, estamos dizendo que “o Cristianismo é a verdade sobre a realidade total, e não apenas sobre assuntos religiosos”. Abraham Kuyper escreveu: “Não há um único centímetro quadrado em todos os domínios da existência humana sobre o qual Cristo, que é soberano sobre tudo, não clame: é meu”. E Nancy Pearcey, seguindo a ótica de Schaeffer e Kuyper, escreveu: “a irracionalidade pós-moderna é um beco sem saída, e só o cristianismo oferece uma resposta logicamente consistente às perguntas básicas da vida”. Assim, a música deve ser vista pela mesma premissa da verdade: sem separar o secular do sagrado.

Música – Como existem muitas manifestações artísticas, a música é uma delas. Música é uma arte, a arte do som. Com sua gama de instrumentos musicais, estilos, ritmos e poesias. A diferenciação que se faz da música cristã com a música secular está mais ligada à motivação. Qual a motivação para compor, cantar ou tocar uma música? Existem várias. Na Idade Média e na Renascença a produção musical para a Igreja era chamada Música Sacra (como o cantochão, o organum, o moteto e a missa, cantados em latim). Já a composição para se cantar fora da Igreja, usando palavras seculares, era chamada Música Profana (como as canções medievais dos trovadores e os madrigais).

A música cristã, então, pode ser vista como uma música composta com o objetivo de expressar louvor e adoração a Deus, além de tratar temas que envolvem doutrina e assuntos teológicos, cumprindo assim este fim. E a música secular, por conseguinte, terá como objetivo expressar o amor, os sentimentos humanos e outros temas como a natureza e a cultura.

Sabemos, porém, que o nosso adversário está sempre buscando interferir na vida cristã, invertendo os valores, na família e na sociedade como um todo. Diante disso, precisamos estar atentos àquilo que cantamos ou tocamos, seja em um ambiente religioso ou secular, seja com uma música de cunho religioso ou secular. Isso porque existem músicas que, mesmo cantadas dentro das igrejas, contêm erros crassos, e outras, gravadas por artistas seculares, não ferem em nada os princípios bíblicos e cristãos.

Se uma música secular não tiver, em seu conteúdo poético e musical, algo que seja contrário a Palavra de Deus, não vejo problema algum em escutá-la. Pelo contrário, existem músicas ‘não evangélicas’ que reforçam o cuidado de Deus, sua criação, a beleza dos relacionamentos humanos, etc. Se, porém, identificamos algo que não agrada a Deus em alguma música, devemos evitá-la. Não é coerente pregar uma coisa e cantar outra em desarmonia com aquilo que cremos e desejamos viver. Se for o trabalho, ouvir e ensinar música com algum conteúdo que discorde da verdade bíblica, o cristão deve utilizar o momento para abordá-la sob a ótica cristã, tendo aí um espaço para evangelização.

Secularismo – Este termo, dentro da nossa temática, se refere aos padrões do mundo dentro da igreja. Padrões que sutilmente entram e se acomodam travestidos com uma mensagem pretensamente cristã. O cristão deve pensar, refletir, buscar conhecer a respeito daquilo que ele está lidando para não correr o risco de cair em alguma armadilha do mundanismo.

Tomando alguns exemplos: uma música como Sabor de Mel, fala de inveja e vingança entre irmãos, além de contrariar a Palavra de Deus quando diz que a pessoa nasceu pra vencer (Sl 14.1-3; 51.5; Rm 3.23). Outra é Como Zaquel. Um cristão não deve cantá-la, pois “como Zaqueu eu quero descer, não subir”. Zaqueu subiu em pecado. A música Ressuscita-me, além de ter expressões antropocêntricas como “ressuscita meus sonhos”, “me faz um milagre”, diz “ressuscita-me”. O crente já está ressuscitado com Cristo (Cl 3.1), e se ele estiver morto, é para o pecado (Gl 2.19,20). Outras como Restitui também são antropocêntricas.

Já músicas como Quando a luz dos olhos meus (Vinícius de Moraes), O Barquinho (Roberto Menescal), Tocando em frente (Almir Sater) e tantas outras, tem um conteúdo que em nada fere a conduta cristã, pelo contrário, têm uma mensagem que fala dos sentimentos humanos nobres e outros temas como a natureza e o amor.

Assim, precisamos encontrar a verdade absoluta em cada situação, sem separar o secular do sagrado, pois a vida cristã deve ser vivida intensa e verdadeiramente.

segunda-feira, 9 de julho de 2012

O Louvor não é um espetáculo, é um sacrifício

O Pastor Feliciano Amaral é um grande referencial da gravação de música sacra evangélica. Pela graça de Deus, tive a oportunidade de ouvi-lo uma vez ao vivo. E, sabendo dos pormenores relativos à sua vinda e estadia em nossa congregação, naquela ocasião, não tive dúvidas de que ele é um verdadeiro adorador, alguém que, embora não faça parte desta “geração de adoradores extravagantes”, adora a Deus sem alarde. Confirmando minha percepção acima, o pastor Gesiel Gomes, no DVD de Feliciano Amaral Junto a Mim, disse o que se segue: “A verdadeira característica do louvor está menos relacionada com o ritmo do que com sua natureza espiritual. O louvor verdadeiro tem uma característica ímpar, insubstituível, ele tem um aspecto de sacrifício. Louvar a Deus, biblicamente, não é uma farra, é um sacrifício. Não é um espetáculo, é um sacrifício. Todo verdadeiro louvor esconde o adorador atrás da cruz. À medida que o cantor se projeta excessivamente e se torna uma estrela, perde-se a oportunidade de se apreciar o fulgor do Sol da Justiça, que é Jesus. O primeiro sacrifício do louvor é que ele esconde aquele que oferece, para que se projete aquele a quem é oferecido. O louvor verdadeiro não é uma biografia de quem louva, é o verdadeiro elogio de quem é louvado. O verdadeiro louvor não é para agradar os nossos apetites e desejos, é para tentar dizer a Deus o que Ele é e o que Ele merece com palavras humanas e falíveis.” Sobre louvor e adoração, como se diz, pastor Gesiel Gomes disse tudo!

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terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Contribuição versus Dízimo - Princípio versus Preceito



Antes de discorrer sobre este assunto, vamos ler esta frase: “Os preceitos mudam e até desaparecem, todavia, os princípios são imutáveis e permanentes” (Lições Bíblicas, CPAD, 1º Trimestre de 2012, pág. 65).

Existem dois versículos na Bíblia, muito usados quando se fala no assunto dízimos e ofertas. Um está no Antigo Testamento, o outro está no Novo Testamento. Um é o texto de Malaquias 3.10, que diz: “Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim nisto, diz o SENHOR dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós uma bênção tal até que não haja lugar suficiente para a recolherdes”. O outro é o de 2 Coríntios 9.7, que assim está escrito: “Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria”.

Considerando que o versículo de Malaquias está inserido no contexto da Lei, ou seja, ainda no vigorar do período mosaico, é clara a percepção de que ele não se refere a uma prática imutável e endereçada a igreja, pelo contrário, ele está direcionado à nação de Israel (veja a expressão “sim, toda esta nação” vers. 9). Outra consideração a fazer sobre este versículo é que a repreensão concernente ao dízimo está do lado da repreensão concernente às ofertas (vers. 8). O povo não estava dizimando e também não estava cumprindo com as ofertas listadas na lei de Moises, descritas em Levítico 1 a 3, como por exemplo a oferta de holocausto (com gado), a oferta de manjares e a oferta de sacrifício pacífico (com outros alimentos). Fica claro então, que o versículo de Malaquias 3.10 reforça uma prescrição, um preceito, uma ordem, uma lei, no caso, do antigo pacto (Lv 27.32; Dt 12.17, 14.22). Lembra da frase inicial? “os preceitos mudam e até desaparecem...”.

Agora, considere a segunda parte daquela frase: “... os princípios são imutáveis e permanentes”. Isso nos faz lembrar das referências bíblicas para as contribuições anteriores ao preceito do dízimo. É o caso de Caim e Abel que trouxeram oferta ao Senhor (Gn 4.3-5), seguindo o princípio da contribuição e não o preceito do dízimo. Abraão contribuiu com o dízimo de tudo concernente ao que readquiriu após a batalha contra os reis (Gn 14.16,20), seguindo o princípio da contribuição e não o preceito do dízimo. E Jacó (Gn 28.22) também asseverou que contribuiria com o dízimo de tudo que Deus lhe desse, seguindo o mesmo princípio da contribuição e não o preceito do dízimo, tendo em vista que este preceito não existia.

O versículo de 2 Coríntios 9.7 aponta para o princípio da contribuição, “cada um contribua segundo propôs no seu coração”. Abel propôs contribuir, Abraão propôs contribuir e Jacó também propôs a mesma coisa, pois o princípio da contribuição era vigorante antes da Lei, antes do preceito. Assim escreveu Salomão, segundo este princípio: “Honra ao Senhor com a tua fazenda, e com as primícias de toda a tua renda” (Pv 3.9). Primícias não é a mesma coisa de dízimo, primícias diz respeito aos primeiros frutos, aos primeiros lucros, ou seja, devemos pensar em investir primeiramente na obra de Deus, na causa do mestre, de acordo com aquilo que propormos em nosso coração. Salomão baseou-se no princípio e não no preceito. Se fosse da outra forma, assim estaria escrito: “Honra ao Senhor... com os dízimos de toda a tua renda”.

Ao destacarmos as palavras-chave do texto paulino (2 Co 9.7), temos: “Cada um contribua (CONTRIBUIÇÃO) segundo propôs (DISPOSIÇÃO) no seu coração; não com tristeza, ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria”. Aqui não há referência ao dízimo (preceito), mas ao ato de contribuir (princípio).

Quem entrega o dízimo pensando na regra, no preceito, corre o risco de estar fazendo por medo de, ao não fazê-lo, tornar-se um ladrão, pela expressão de Malaquias “vós me roubais” (Ml 3.8), e sabemos que os roubadores não herdarão o reino de Deus (1 Co 6.10). Assim, esta prática estará sendo feita “com tristeza ou por necessidade”. Já quem contribui pensando na liberdade de escolher o valor de acordo com o princípio, seguindo sua convicção e proposição, tende a fazê-lo “com alegria”.

E o nosso mestre supremo, o Senhor Jesus? O que ele asseverou a respeito do assunto? Em quê ele se baseava? No preceito ou no princípio? É só observar sua repreensão aos escribas e fariseus:

“Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que dizimais a hortelã, o endro e o cominho, (radicais ao atentar para a letra, a lei, o preceito) e desprezais o mais importante da lei, o juízo, a misericórdia e a fé; (esqueciam-se dos princípios fundamentais de moralidade) deveis, porém, fazer estas coisas, e não omitir aquelas (contribuir segundo a forma da lei, por estarem naquele contexto, mas baseados no princípio que disciplina a contribuição)” (Mt 23.23).

Assim, creio que posso contribuir propondo em meu coração entregar 10% (dez por cento), 20% (vinte por cento), ou qualquer outra quantia, não com tristeza, ou por necessidade, mas consciente do amor de Deus para comigo, pois contribuirei com alegria.

Um bom esquema para orientar este assunto:




Por Cláudio Ananias