Para discorrer sobre esse assunto, precisamos ter em mente alguns conceitos próprios da temática. Ou seja, considerar o que de fato é: cristianismo, música e secularismo. E verificar assim, a relação entre eles.
Cristianismo - Longe de tentar uma abordagem extensa sobre a religião cristã e suas particularidades, e tentando focar seu significado próximo das várias manifestações artísticas, culturais e sociais, gosto do conceito dito por Francis Schaeffer: “O Cristianismo é a verdade sobre a realidade total, e não apenas sobre assuntos religiosos”. Então, estamos tratando de posturas corretas (a verdade) em todos os seguimentos sociais. A vivência de situações diversas sob a ótica cristã. Jesus viveu cada fase de sua vida, e tratou cada situação vivida seguindo as premissas da verdade que ele mesmo disse: sou eu (Jo 14.6).
Parece papo de intelectual, filosófico (Francis Schaeffer era). Mas o resumo de tudo é que não podemos separar ou distanciar nossos gostos pessoais, nossas atitudes e posturas, da verdade do Evangelho, da vida cristã. Se dizemos que tem que ser crente na escola, no trabalho, no lazer, da mesma forma que se é na igreja (sem separar o secular do sagrado); se dizemos que a ciência confirma a Bíblia, portanto a fé não é um salto no escuro (sem separar o secular do sagrado); se dizemos que o aborto, a eutanásia, o homossexualismo e a corrupção são pecados e mantemos esse discurso em qualquer ambiente que estivermos (sem separar o secular do sagrado), então, estamos dizendo que “o Cristianismo é a verdade sobre a realidade total, e não apenas sobre assuntos religiosos”. Abraham Kuyper escreveu: “Não há um único centímetro quadrado em todos os domínios da existência humana sobre o qual Cristo, que é soberano sobre tudo, não clame: é meu”. E Nancy Pearcey, seguindo a ótica de Schaeffer e Kuyper, escreveu: “a irracionalidade pós-moderna é um beco sem saída, e só o cristianismo oferece uma resposta logicamente consistente às perguntas básicas da vida”. Assim, a música deve ser vista pela mesma premissa da verdade: sem separar o secular do sagrado.
Música – Como existem muitas manifestações artísticas, a música é uma delas. Música é uma arte, a arte do som. Com sua gama de instrumentos musicais, estilos, ritmos e poesias. A diferenciação que se faz da música cristã com a música secular está mais ligada à motivação. Qual a motivação para compor, cantar ou tocar uma música? Existem várias. Na Idade Média e na Renascença a produção musical para a Igreja era chamada Música Sacra (como o cantochão, o organum, o moteto e a missa, cantados em latim). Já a composição para se cantar fora da Igreja, usando palavras seculares, era chamada Música Profana (como as canções medievais dos trovadores e os madrigais).
A música cristã, então, pode ser vista como uma música composta com o objetivo de expressar louvor e adoração a Deus, além de tratar temas que envolvem doutrina e assuntos teológicos, cumprindo assim este fim. E a música secular, por conseguinte, terá como objetivo expressar o amor, os sentimentos humanos e outros temas como a natureza e a cultura.
Sabemos, porém, que o nosso adversário está sempre buscando interferir na vida cristã, invertendo os valores, na família e na sociedade como um todo. Diante disso, precisamos estar atentos àquilo que cantamos ou tocamos, seja em um ambiente religioso ou secular, seja com uma música de cunho religioso ou secular. Isso porque existem músicas que, mesmo cantadas dentro das igrejas, contêm erros crassos, e outras, gravadas por artistas seculares, não ferem em nada os princípios bíblicos e cristãos.
Se uma música secular não tiver, em seu conteúdo poético e musical, algo que seja contrário a Palavra de Deus, não vejo problema algum em escutá-la. Pelo contrário, existem músicas ‘não evangélicas’ que reforçam o cuidado de Deus, sua criação, a beleza dos relacionamentos humanos, etc. Se, porém, identificamos algo que não agrada a Deus em alguma música, devemos evitá-la. Não é coerente pregar uma coisa e cantar outra em desarmonia com aquilo que cremos e desejamos viver. Se for o trabalho, ouvir e ensinar música com algum conteúdo que discorde da verdade bíblica, o cristão deve utilizar o momento para abordá-la sob a ótica cristã, tendo aí um espaço para evangelização.
Secularismo – Este termo, dentro da nossa temática, se refere aos padrões do mundo dentro da igreja. Padrões que sutilmente entram e se acomodam travestidos com uma mensagem pretensamente cristã. O cristão deve pensar, refletir, buscar conhecer a respeito daquilo que ele está lidando para não correr o risco de cair em alguma armadilha do mundanismo.
Tomando alguns exemplos: uma música como Sabor de Mel, fala de inveja e vingança entre irmãos, além de contrariar a Palavra de Deus quando diz que a pessoa nasceu pra vencer (Sl 14.1-3; 51.5; Rm 3.23). Outra é Como Zaquel. Um cristão não deve cantá-la, pois “como Zaqueu eu quero descer, não subir”. Zaqueu subiu em pecado. A música Ressuscita-me, além de ter expressões antropocêntricas como “ressuscita meus sonhos”, “me faz um milagre”, diz “ressuscita-me”. O crente já está ressuscitado com Cristo (Cl 3.1), e se ele estiver morto, é para o pecado (Gl 2.19,20). Outras como Restitui também são antropocêntricas.
Já músicas como Quando a luz dos olhos meus (Vinícius de Moraes), O Barquinho (Roberto Menescal), Tocando em frente (Almir Sater) e tantas outras, tem um conteúdo que em nada fere a conduta cristã, pelo contrário, têm uma mensagem que fala dos sentimentos humanos nobres e outros temas como a natureza e o amor.
Assim, precisamos encontrar a verdade absoluta em cada situação, sem separar o secular do sagrado, pois a vida cristã deve ser vivida intensa e verdadeiramente.
sábado, 14 de julho de 2012
segunda-feira, 9 de julho de 2012
O Louvor não é um espetáculo, é um sacrifício
O Pastor Feliciano Amaral é um grande referencial da gravação de música sacra evangélica. Pela graça de Deus, tive a oportunidade de ouvi-lo uma vez ao vivo. E, sabendo dos pormenores relativos à sua vinda e estadia em nossa congregação, naquela ocasião, não tive dúvidas de que ele é um verdadeiro adorador, alguém que, embora não faça parte desta “geração de adoradores extravagantes”, adora a Deus sem alarde.
Confirmando minha percepção acima, o pastor Gesiel Gomes, no DVD de Feliciano Amaral Junto a Mim, disse o que se segue:
“A verdadeira característica do louvor está menos relacionada com o ritmo do que com sua natureza espiritual. O louvor verdadeiro tem uma característica ímpar, insubstituível, ele tem um aspecto de sacrifício. Louvar a Deus, biblicamente, não é uma farra, é um sacrifício. Não é um espetáculo, é um sacrifício. Todo verdadeiro louvor esconde o adorador atrás da cruz.
À medida que o cantor se projeta excessivamente e se torna uma estrela, perde-se a oportunidade de se apreciar o fulgor do Sol da Justiça, que é Jesus. O primeiro sacrifício do louvor é que ele esconde aquele que oferece, para que se projete aquele a quem é oferecido. O louvor verdadeiro não é uma biografia de quem louva, é o verdadeiro elogio de quem é louvado. O verdadeiro louvor não é para agradar os nossos apetites e desejos, é para tentar dizer a Deus o que Ele é e o que Ele merece com palavras humanas e falíveis.”
Sobre louvor e adoração, como se diz, pastor Gesiel Gomes disse tudo!
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