quinta-feira, 10 de setembro de 2015

GRUPO DE ESTUDO COSMOVISÃO CRISTÃ - 1º ENCONTRO

No próximo dia 12/09/15, às 16:30 horas, um sábado, na Assembleia de Deus do conjunto Soledade 2, pólo do setor 3 (Natal-RN), estaremos iniciando o Grupo de Estudo Cosmovisão Cristã, com o objetivo de discutir questões da atualidade como: relativismo, moralidade, bioética, ateísmo, homossexualismo, etc, sempre sob o prisma da ótica cristã.

Para esse primeiro encontro, tomaremos como base de discussão o artigo do pastor Geremias Couto: A ditadura do relativismo (ver link). Leiam o artigo, façam anotações, apontamentos, etc. Boa leitura para todos.

Obs: Aqueles que quiserem participar, podem ir ao primeiro encontro e colocar seu nome na lista.

Abaixo, segue o texto para discussão:

A ditadura do relativismo
"Obs. Este artigo, de minha autoria, foi originalmente publicado na revista “Enfoque”. Por sua atualidade, trago-o outra vez à luz neste espaço, com algumas adaptações, enquanto estou em processo de finalização das “Lições Bíblicas” para a CPAD.
É bastante complicado, hoje, lidar com questões envolvendo aquilo que é certo ou errado. O predomínio do multiculturalismo e da pluralidade religiosa em seu aspecto mais nefasto, que nada mais são do que instrumentos da pasteurização do pensamento, contribui de forma significativa para que cada um estabeleça a sua verdade particular sem levar em conta princípios universais, “que valem para todas as pessoas, em todas as épocas e em todos os lugares”.

Vive-se, por isso, a ditadura do relativismo. A tolerância não é simplesmente sinônimo de respeito às diferentes formas de pensar, mas a arma empregada para constranger àqueles que crêem que nem tudo é relativo. Em outras palavras, ao menor sinal de que uma determinada verdade pode ter caráter universal, logo aparecem, em número bastante expressivo, por sinal, os que querem relativizá-la.

“Trata-se de opção pessoal”, afirmam. “Nem tudo o que é errado para alguns, o é para outros”, acrescentam. Com essa conversa até bem articulada, vão minando as resistências e impondo um tipo de comportamento em que se torna politicamente incorreto falar da observância de princípios que jamais se alteram e abrangem a todos. A simples manifestação de idéias contrárias a avalanche relativista é execrada diante da opinião pública. Querem tirar-nos o direito de pensar e de divergir do que os outros pensam.

Sei que essa discussão dá panos para mangas. Desde a Grécia antiga os filósofos se debatem em busca da verdade. A Bíblia, por seu turno, registra a célebre pergunta de Pilatos: “Que é a verdade?”. Estou consciente de que um dilema milenar como este não se resume em algumas poucas linhas e não comporta qualquer simplificação. Mas a própria perquirição do homem ao longo dos séculos é testemunho eficaz de que ele admite - mesmo negando - a existência da verdade suprema que resulta em verdades universais.

O artigo “Saudades de Deus”, de autoria de uma advogada que se identificou como atéia e agnóstica, publicado há alguns anos em “O Globo”, jornal de circulação nacional, é a confissão do fato. Apesar de seu ceticismo, ela reconhece, em suma, que as mazelas do mundo são a triste conseqüência que a sociedade trouxe sobre si ao tentar excluir Deus de sua história. Quero ressaltar, mais uma vez, que isso não foi dito por um pastor, padre ou rabino, mas por alguém declaradamente ateu.

Em última análise, a perda progressiva desse referencial supremo - a verdade absoluta - conduz às verdades particulares, e não universais, que a si mesmas se sobrepõem e a tudo relativizam. Embora haja no íntimo, como no caso da advogada mencionada, algum traço de reconhecimento de que sem essa ordem estabelecida em bases universais por esse Ser Superior, a quem a Bíblia identifica como Deus, só resta o caos.

Não quero insinuar que não haja espaço no mundo para as coisas relativas. A diversidade é marca proeminente da própria criação. Não há dois seres iguais. Gostos, vontades e propósitos diferem de uma para outra pessoa. Escrevi no blog de Norma Braga, em comentário sobre o artigo “Deixados no vácuo”, que “se Deus fizesse a todos iguais, como seria monótono o mundo!” Mas até nisso fica transparente o princípio da verdade absoluta, que, de forma soberana, permite ao homem ser diferente e lhe dá a responsabilidade de decidir o que deseja.

Assim, quando questiono a ditadura do relativismo não quero negar a diversidade. Proponho apenas afirmar que nenhuma verdade sobrevive universalmente se não estiver ajustada ao princípio da verdade absoluta. Não é simplesmente o que o homem pensa ou quer, mesmo que isso lhe seja um direito inalienável assegurado pelo Supremo Bem. É saber, aí sim, se o que ele pensa ou quer tem coerência com os princípios que procedem de Deus.

Em se tratando da revelação bíblica prevalece a mesma lógica. Extrair uma verdade escriturística e lhe dar cor extrema, isolada de seu contexto, é transformá-la na mais deslavada mentira. Tome-se como exemplo a doutrina da expiação. Não há nenhuma dúvida para a fé cristã de que, em Cristo, todos os pecados - passados, presentes e futuros - foram expiados. É uma verdade universal. Mas daí a usar essa verdade como subterfúgio para continuar pecando é negar a própria eficácia da expiação. É dar-lhe caráter particular, deixando de reconhecer que ela sobrevive no contexto de outras verdades bíblicas e universais, como a doutrina da santificação, apenas para citar.

Como o meu espaço está terminando, vamos então direto ao ponto: É possível, sim, à luz da verdade absoluta, estabelecer verdades universais que sirvam de parâmetros precisos para se lidar com aquilo que é certo ou errado não só para uma pessoa, mas para todos. Quer você queira quer não, há coisas que são erradas tanto para você quanto para mim. E há também coisas certas. O resto se resume na falência que hoje desgraça o mundo por falta dessa compreensão.

PS. Este artigo foi originalmente publicado antes de eu conhecer o livro “Verdade Absoluta”, de Nancy Pearcey. Alinho-me às teses ali defendidas. Mas cito o fato apenas como testemunho de que o Espírito Santo vem “soprando” em vários lugares, ao mesmo tempo, trazendo luz sobre a verdade de Deus." (Pr. Geremias do Couto).

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