sábado, 13 de setembro de 2014

O SOCIALISMO MARXISTA É BOM PARA NÓS?

Cada partido tem a sua teoria de organização econômica, podendo ser socialista, comunista, capitalista, liberal, neoliberal, etc. Penso que devemos olhar com cuidado para essas teorias, pois elas trazem outras implicações profundas para o cidadão, além da questão puramente econômica.

A chamada “esquerda política” é voltada para o SOCIALISMO que, dentre outras defesas, sugere a atuação mais enérgica do Estado visando o bem estar social na medida em que prega a igualdade de oportunidades para todos os indivíduos. Numa primeira vista, essa proposta parece benéfica, porém, um de seus mentores – Karl Marx – ensinou que o socialismo só seria alcançado através da luta de classes e da revolução do proletariado (a classe social trabalhadora com sua capacidade de trabalhar). A história é testemunha dos resultados advindos da tentativa de criar uma sociedade socialista. É só verificar o que aconteceu na antiga URSS, na Rússia, na Alemanha Oriental (separada da Ocidental pelo muro de Berlim) e outros países que adotaram esse sistema. Eu indico dois resultados: derrocada econômica e falta de liberdade (de expressão, religiosa, etc).

Na União Soviética (revolução de 1917), os chamados “bolcheviques” (maioria) liderados por Lênin, estabeleceram medidas radicais como: o confisco sumário das propriedades fundiárias, sem indenização; a expropriação completa das indústrias e das pequenas empresas; e a obrigação dos camponeses entregarem ao governo a colheita de cereais excetuando-se apenas a parte de seu consumo próprio. Dentre as consequências dessas medidas, houve o colapso da economia russa que caiu a níveis inferiores aos de antes da Primeira Guerra.

Para tentar reerguer a economia do país, o governo de Lênin criou uma comissão (Gosplan) e, dentre as medidas, ele procurou atrair capitais estrangeiros, estabeleceu o livre comercio interno e autorizou as diferenças salariais. Para justificar a necessidade de se recorrer às medidas capitalistas (sua nova política econômica que combinava princípios socialistas com elementos capitalistas), ele dizia que “iria dar um passo atrás, para dar dois passos à frente”, e assim, depois de fortalecer a economia, se implantaria o regime socialista. Se você quer saber se isso deu certo, é só recorrer a história russa no período do governo ditatorial de Stálin (sucessor de Lênin). O historiador Cláudio Vicentino, em sua História Geral (2002, p. 374), informa que “Entre 1936 e 1938, julgamento, condenação, expulsão do partido e punição tiveram vários pretextos, mas levaram ao mesmo fim – a instauração da autoridade do Estado stalinista. Sem alarde ou protestos, abafados pelo medo, inúmeros líderes políticos e cidadãos comuns foram aprisionados, executados ou mandados para prisões em regiões remotas, como a Sibéria”.

A doutrina socialista é irmã do COMUNISMO. Essa ideologia prega uma sociedade igualitária sem diferenciação de classes sociais, e com o controle dos meios de produção (e a propriedade comum). Mas os países que adotaram o comunismo tiveram sempre dois resultados comuns: a derrocada econômica e a falta de liberdade de expressão (da imprensa, da religião, etc). Concernente à derrocada econômica, penso (como leigo no assunto de economia) que a economia se enfraquece e atrasa o desenvolvimento desses países pois não se dá “o passo atrás” do princípio capitalista que estimula a pequena manufatura privada, o pequeno comércio e a livre venda de produtos como motivação à produção e o abastecimento do mercado (embora eu não seja defensor ferrenho do capitalismo, pois ele também tem suas agruras).

Quanto à falta de liberdade religiosa, sempre me perguntei: “Por que Marx, e o comunismo, são radicalmente contra a religião?". Descobri que, para Marx, a religião havia tolerado e apoiado a opressão do proletariado por parte da burguesia. Assim, a religião teria de ser eliminada e o ateísmo promovido. Para Marx, segundo a interpretação de Alister McGrath em seu livro Apologética Cristã no Século XXI (2008, p. 277), a religião “[...] é um conforto que capacita as pessoas a tolerarem sua alienação econômica […] A divisão de trabalho e a existência da propriedade privada produzem alienação e estranhamento na ordem econômica e social”. Por isso, os países que adotaram o comunismo perseguiram tanto os cristãos.

Mas esse ateísmo marxista é uma hipótese não provada, pois o estabelecimento do comunismo em vários países só fez a religião sobreviver e prosperar (apesar da perseguição). A história de Richard Wurmbrand, contada em seu livro Torturado por amor a Cristo, revela que o ateísmo amparado no sistema ideológico marxista é tão cruel que sua maldade é difícil de se acreditar. Ele disse: “Quando o homem não crê na recompensa do bem ou no castigo do mal, não vê razão para ser humano. Não há como reprimir a ação do mal profundamente enraizada no homem”. A declaração dos torturadores naqueles dias revela essa verdade: “Não há Deus nem vida futura, nem castigo pelo mal. Podemos fazer o que queremos”. Dessa forma, eles pensavam e justificavam sua brutalidade para com os prisioneiros.

Pensando sobre essas coisas, sei que as siglas que contenham as palavras SOCIAL, SOCIALISMO, SOCIALISTA, COMUNISTA, HUMANISTA, TRABALHADORES, etc, nem sempre refletem a ideologia marxista em sua íntegra. Porém, para sermos coerentes com aquilo que cremos e vivemos, precisamos conhecer o que, de fato, defendem os partidos políticos de nossa nação e o que seus representantes estão dizendo e defendendo em seus discursos e em seus projetos.

Cláudio Ananias

2 comentários:

  1. Passei meia hora digitando um comentário aqui e não foi publicado porque não tinha logado (conta do google). Mas resumindo o que tinha escrito, acredito que as ideias de esquerda (não extremadas) influenciadas pelo socialismo fizeram muito bem ao país, desde FHC, enquanto as mais liberais (ex. privatização) são passíveis de muita crítica. Quanto as questões religiosas, vejo muitos oportunistas (segmento evangélico) e falsidade (políticos). Além disso, pelo menos no executivo, fica quase impossível ir de encontro aos interesses da maioria da população, pois isto representa perda de votos (Dilma eleição passada na discussão quanto ao aborto e Marina quase se deu mal em questões concernentes ao homossexualismo).

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    1. Por isso mesmo Mozart, a Bíblia nos instrui: Examinai tudo. Retende o bem. 1Ts 5.21

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