quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Subsídio para Lições Bíblicas (Lição 7)


Assistência Social, um importante negócio

A assistência Social na igreja é de suma importância, tendo em vista os desafios que comumente se enfrenta neste quesito, nas mais diferentes comunidades cristãs. Quando alguém se converte, é preciso ter em mente que a igreja recebeu mais um membro, porém devemos ir além desse pensamento, o de que foi simplesmente mais uma alma para o reino de Deus. A propósito, quando usamos a expressão alma, corremos o risco de espiritualizar demais aqueles que se tornam participantes da igreja de Cristo, e não vermos as necessidades socialmente comuns daqueles que se convertem.

Os que recebemos na igreja, como novos integrantes da família de Deus, são de fato membros de uma nova família, e muitos vêem a procura de amparo, de proteção, de cuidado em todos os níveis da vida. Devemos, portanto, ter em mente que o evangelho deve atingir o homem em todas as suas necessidades, e a igreja deve cumprir com seu papel de inclusão social e de assistência.

Observe que, ao ganharmos para Cristo um drogado, uma prostituta, um ancião, uma criança de rua, etc, temos o dever de buscar através dos meios legais o auxílio que for próprio de cada situação. O Salmo 68, vers. 5 e 6 assegura “Pai de órfãos e juiz de viúvas é Deus, no seu lugar santo. Deus faz que o solitário viva em família”.

Há igrejas com condições plenas de ter um hospital próprio, na área de geriatria, pediatria e tantas outras áreas, além de escolas de nível fundamental e médio, e, contudo, não despertam para estes investimentos tão necessários.
A igreja primitiva dá-nos o exemplo.
Os judeus sempre cuidaram bem das suas viúvas e de seus órfãos. Toda sinagoga tinha um serviço permanente para cuidar destas pessoas. Uma vez por semana os encarregados pelas coletas recolhiam nos mercados e nas casas donativos em dinheiro para os pobres. Um comitê estabelecido pela comunidade supervisionava a distribuição. Aqueles que tinham necessidades temporárias recebiam uma ajuda e os totalmente necessitados recebiam o suficiente para duas refeições diárias para a semana inteira. Este fundo para os pobres chamava-se Kuppá (cesta) e a coleta diária de alimentos para suprir os mais necessitados chamava-se Tamjui (bandeja)1”.
Alguns eruditos advogam que o ofício diaconal foi copiado da sinagoga judaica: toda sinagoga tinha pelo menos três diáconos, os quais eram chamados parnasim, palavra essa derivada do vocábulo parnes, que significa alimentar, nutrir, sustentar, governar. O parnas ou diácono era uma espécie de juiz na sinagoga; e de cada um deles se requeria doutrina e sabedoria, a fim de que pudessem discernir e passar julgamento justo, tanto nas questões sagradas como nas questões civis. O Chazan e o Chamash eram também ofícios parecidos com o do diaconato2.”

Devido a queixa dos judeus que falavam grego, a respeito da ausência do cuidado para com as suas viúvas, houve a necessidade de se eleger homens que cuidassem desse serviço de ajuda aos necessitados, a fim de que eles atendessem a todos, tantos os hebreus como qualquer que aparecesse na comunidade cristã daqueles dias.

É importante considerar os requisitos propostos pelos apóstolos àqueles homens: boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria. (At 6.3); e também as recomendações paulinas à Timóteo sobre os diáconos:

“Da mesma sorte os diáconos sejam honestos, não de língua dobre, não dados a muito vinho, não cobiçosos de torpe ganância... E também estes sejam primeiro provados, depois sirvam, se forem irrepreensíveis. Da mesma sorte as esposas sejam honestas, não maldizentes, sóbrias e fiéis em tudo. Os diáconos sejam maridos de uma só mulher, e governem bem a seus filhos e suas próprias casas. Porque os que servirem bem como diáconos, adquirirão para si uma boa posição e muita confiança na fé que há em Cristo Jesus.” (I Tm 3.8-13).

Como se vê, a posição de diácono vai além de consagrações que figuram posições hierárquicas. Este é um bom tema para ser abordado.

Boa aula!

Cláudio Ananias

Referências:
1. BARCLAY, William. Comentário Al Nuevo Testamento, pg 822 (retirado de Diaconia, apostila ETAP).
2. CLARKE, Adam, apud PAGANELLI, pg 36 (retirado de Diaconia, apostila ETAP).

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