sexta-feira, 8 de outubro de 2010

ALERTA AOS EVANGÉLICOS CONTRA OPORTUNISMO POLÍTICO

O texto abaixo é do Pastor Elinaldo Renovato de Lima. Vale a pena ler, diante das incongruências nesse processo eleitoral.

Prezados irmãos em Cristo, e amigos de outras denominações

A Paz do Senhor

Estou enviando esta mensagem, em que retirei a informação de que a candidata do PT à presidência da República teria dito que "nem mesmo Cristo impediria sua vitória". Há essa informação em vários textos e vídeos, na Internet. Tenho gravações, mas não houve uma confirmãção. MESMO ASSIM, A ESSÊNCIA DO NOSSO ALERTA CONTINUA: E mantemos o principal, do conteúdo da carta anterior, ABSOLUTAMENTE DOCUMENTADO E COMPROVADO.

A CNBB mantém sua posição contrária à candidata do PT. E nós, evangélicos, também precisamos nos posicionar, como fizemos no primeiro turno das eleições de 2010. Graças a Deus, o Exmo. Sr. Presidente da República, a senhora Dilma, sua candidata, e o Partido dos Trabalhadores (O Partido do Aborto), reconhec eram a força do segmento evangélico, e dos católicos verdadeiros, que têm líderes autênticos, em sua religião.

Dona Dilma assinou o seu programa de governo, que é de conhecimento de todos, incluindo as determinações do famigerado Programa Nacional de Direitos Humanos, que prevê a descriminalização do aborto, a ponto de defender que a matança dos inocentes, dos seres humanos, em formação, seja liberada em qualquer estágio da gestação. Imagine uma mulher, com quase nove meses de gestação, praticar o aborto, no sistema de saúde, com total apoio da lei, e do governo!!

O ABORTO É CRIME HEDIONDO! Na entrevista à revista Marie Claire, dona Dilma afirmou com todas as palavras que é favorável ao infanticídio, usando aguamentos falaciosos, em defesa das mulheres pobres, que abortam em condições precárias. E, seguindo as declarações de seu Tutor Maior, presidente Lula, ela diz que aborto não é questão de foro íntimo, e, sim é uma "QUESTÃO DE SAÚDE PÚBLICA". Um absurdo vergonhoso!

Nós cremos que a vida é um dom de Deus. Só Ele pode dá-la, através das leis da reprodução humana, e só a Ele cabe tirá-la, direta ou indiretamente. Enquanto os materialistas do Partido do Aborto acham que o feto ou embrião é apenas um amontoado de céu lulas, sem nenhum direito à vida, lembremos o que diz a Bíblia:

"Pois possuíste o meu interior; entreceste-me no ventre de minha mãe. Eu te louvarei porque de um modo terrível e tão maravilhoso fui formado; maravilhosas são as tuas obras a e minha alma o sabe muito bem.... os teus olhos viram o meu corpo ainda informe" (Sl 139.13-15). Deus vê o embrião, com suas células indiferenciadas, "o corpo ainda informe", como um ser humano, uma pessoa, e não um monte de tecidos a serem destruídos por ácido, ou arrancado, pedaço por pedaço, de modo violento, e lançado no lixo hospitalar.

Pois bem. A candidata do govern o, atendendo aos anseios das feministas, materialistas, e à ala radical do Partido dos Trabalhadores, expressou que concorda com esse crime hediondo. Mas, agora, quando teve que amargar a ida para o segundo turno, a despeito de ter o apoio do "todo-poderoso" presidente Lula, que debocha de tudo e de todos, por causa de sua imensa popularidade, AGORA, ela vem a público para dizer que não apóia o aborto! Que oportunismo! Que desfaçatez! Que desprezo à inteligência e ao discernimento dos que não votaram nela!

Será que vamos nos deixar enganar por esse "canto de sereia" da candidata petista?

E mais: O PT, agora, temendo a derrota de sua candidata, resolve TIRAR O ABORTO DE SEU PROGRAMA PARA ESTANCAR QUEDA DE DILMA ENTRE RELIGIOSOS!! Só para eleger Dilma? E depois, quando a ONU pressionar; quando a Fundação Rockfeller, a Fundação Mac Arthur e inúmeras ONGS pressionarem, pelo cumprimento das "Metas do Milênio"? Será que, sendo eleita, Dilma vai deixar de atender?

O Presidente Lula disse que não queria as igrejas, tratando do assunto do aborto, pois seria "questão de saúde pública". E agora, é assunto dos evangélicos, dos católicos sérios? O PT já reconhece que o segmento evangélico tem algum valor?

Caros irmãos, Stálin prometeu liberdade religiosa. E sabemos o que deu. A constituição russa previa liberdade de culto. E vimos o que deu! As pessoas acreditaram. Fidel Castro prometeu liberdade. Vejam o que deu. Chávez prometeu liberdade. Sabemos o que está acontecendo na Venezuela. E nossos governantes, do Planalto apóiam esses ditadores! Dá para acreditar em Dilma, quando ela diz que não apóia o aborto? Se ela segue piamente a cartilha do Presidente Lula?

Só falta ela dizer, para ganhar o apoio dos evangélicos e dos católicos sérios, que não apóia a "união civil de pessoas do mesmo sexo", que faz parte integrante de seu programa de governo. Será que os homens e mulheres, cristãos, que valorizam a vida, em qualquer dos seus estágios, vão se deixar enganar pelas promessas de campanha da Sra. Dilma? Não podemos acreditar nisso. A não ser que sejamos tão ingênuos e infantis, que não percebemos as armadilhas que estão por trás de tais promessas de última hora. Quando as pesquisas estavam de seu lado, Dilma não deu a mínima para os evangélicos. E deu atenção aos evangélicos, que estão interessados em se proteger, por trás do manto do governo. Só Deus sabe porquê.

E vem o senador Marcelo Crivella, a quem tanto admirei, por suas obras sociais, dizer de público, que vai criar uma "Força-Tarefa" para defender a candidata do PT, pois os evangélicos se equivocaram. Era só o que faltava! O senador tem suas razões e seus interesses. Nós defendemos os interesses do Reino de Deus!.

Diversos servos de Deus, como Pastor Paschoal Piragine, da igreja Batista de Curitiba, Pr. Silas Malafaia, e o utros, levantaram a voz contra o programa iníquo de falsos direitos humanos. De minha pequena trincheira, dei minha modesta colaboração. E espero que Deus faça o que não podemos fazer, não deixando o Brasil cair nas mãos dos que estão ao lado da iniqüidade.

Há evangélicos que criticam nossa posição, afirmando que deveríamos combater as iniqüidades dos pastores, dos ministérios oportunistas, que deveríamos combater o capitalismo, etc. Concordo. Mas a hora é de combater o oportunismo político, que quer usar os evangélicos como massa de manobra, em favor de um programa de governo que é institucional, e quer jogar na lata do lixo os princípios cristãos.

Desse modo, de minha pequena posição, como ministro do evangelho, alerto para que não caiamos no conto de ultima hora, da candidata do PT. Se esse programa de governo, que ela assinou e defende, maldições e mais maldições virão sobre nossa nação.

Deus Salve o Brasil!!

Se o presidente da República, "fora do expediente", pode dizer em que vota, eu também, "fora do expediente pastoral", digo que votarei no senhor Serra. Não que ele seja perfeito, que aprove todas as suas idéias. Pelo menos, ele tem sido ponderado, com relação aos temas caros para a fé cristã. Votei em Marina e espero que ela apóie o Serra para presidente. Esse é o meu alerta e meu conselho.

Em Cristo,

Elinaldo Renovato de Lima - Pastor

terça-feira, 7 de setembro de 2010

O CRISTÃO NA POLÍTICA (3)


·         É correto um cristão ser político?
A política, ou o sistema político no Brasil tem enfrentado sérias críticas da população já desde algum tempo. Essas críticas foram mais ferrenhas na atual gestão do governo em decorrência das denúncias de corrupção tais como o escândalo do mensalão e a Operação Satiagraha (dentre outras). Entretanto, a desconfiança da sociedade com a política no Brasil acelerou-se com o confisco do Plano Collor (ou talvez até antes).
É comum ouvirmos a frase de que “todo político é corrupto”. Mas, diante dos fatos e atitudes que vemos ao nos aproximarmos das regras comuns na política, eu diria que o “sistema” está corrompido.
Nesse período eleitoral, os candidatos que concorrem à eleição pela primeira vez conclamam os eleitores a votarem na “renovação”, assegurando nos discursos que, se chegarem lá, mudarão a forma de fazer política. Contudo, o que percebemos é que, ao adentrarem no sistema, são moldados à ele pois, a fôrma já está feita e para assegurarem suas propostas e projetos precisam se ajustar àquela fôrma. Mancomunando-se com o sistema político corrupto, o político sincero com desejo de promover mudanças acaba ficando de mãos atadas, e para não perder a chance de reeleição, ele se adéqua ao sistema.
É exatamente esta leitura que tenho feito da política hoje no Brasil, o que se agrava cada vez mais, a cada processo eleitoral. Considerando que a vida cristã está baseada em padrões morais divinos expressos na Bíblia Sagrada, se compararmos as práticas do sistema político hoje com o que a Palavra de Deus ensina, fica claro que não dá pra participar desse sistema político e ao mesmo tempo ser um cristão íntegro.
Reitero isso que afirmei chamando a atenção para os salários exorbitantes, os auxílios “isso e aquilo”, a verba indenizatória e de gabinete, e outras práticas legais, porém não moralmente cristãs.
Num país como o nosso, onde a desigualdade social é imensa, os rendimentos dos trabalhadores são mínimos, além das necessidades de investimentos em educação, saúde e segurança, há os desvios da arrecadação a partir dos impostos pagos por cada um de nós, e esses desvios são endereçados aos custos com os nossos políticos (inclusive para os que se dizem cristãos).
Em 2006 os parlamentares aumentaram o próprio salário de R$ 12.850,00 para R$ 24.500,00.1 E além desse salário, os senadores e deputados já estavam recebendo auxílio moradia de R$ 3 mil, verba indenizatória de R$ 15 mil, verba de gabinete de R$ 50.915,00 valores  de passagens ida e volta para seus estados e cota postal e telefônica de R$ 4.268,00. E não é só isso, o efeito cascata faz com que os salários dos deputados estaduais e vereadores também sejam reajustados.
De acordo com estudos da ONG Transparência Brasil2 os parlamentares brasileiros são os mais caros do mundo. Por ano cada senador custa R$ 33 milhões, e um deputado R$ 6 milhões e 600 mil. Este sistema é legal, porém é importante se questionar: É ético? Está de acordo com os valores cristãos?
Os princípios bíblicos de igualdade e justiça (2 Sm 8.15; Rm 2.11; 2Co 8.14; Cl 4.1; 1Pe 1.17), de amor e caridade (Rm 13.10; 1Co 13.4-7) não são observados na nossa política. Então, como um cristão pode participar desse sistema e permanecer íntegro?
Repito: há práticas que são legais, porém não são moralmente cristãs.
Alem disso, há uma prática anticristã configurada da seguinte forma:
Quando os políticos ajudam as pessoas, sempre estão buscando algo em troca. Nas igrejas evangélicas não é diferente. Se um político doa alguma coisa para a igreja, numa festividade, numa construção, num evento, por exemplo, ele acha que aquela igreja lhe deve favor e têm que votar nele. Essa mentalidade, além de interesseira, é mesquinha. Jesus alertou para isso, mostrando que os que assim agem “... já receberam o seu galardão” (Mt 6. 1-4). Usar a igreja para fins políticos é perigoso, é um assédio à noiva do cordeiro, a menina dos olhos do Senhor (Zc 2.8; Ap 21.9).
O pastor e escritor Paulo Romeiro, em sua introdução ao livro Evangélicos em Crise, dá-nos um alerta concernente a isso quando escreve: “A igreja brasileira convive há tempos com práticas antiéticas. A própria CPI do orçamento em 1993 revelou o comportamento nada correto de organizações e políticos evangélicos, mostrando claramente que muitos deles, embora possuidores de um discurso de ouro, têm os pés de barro. O envolvimento de muitos evangélicos na política brasileira tem trazido mais prejuízos do que benefícios para a imagem da igreja. Isso tem gerado um clima de suspeita na sociedade em relação aos chamados “crentes”. Não são todos os brasileiros que estão dispostos a confiar em alguém só porque carrega uma Bíblia ou diz ser evangélico.”3.
É por esses e outros motivos que não voto num candidato cristão. Creio que se votasse, estaria contribuindo para que ele se desviasse dos padrões morais e éticos exarados nas Sagradas Escrituras. E também não voto em quem já está no sistema. Sempre darei meu voto a quem ainda não está no sistema, não é corrupto, e tem propostas de mudança do sistema político atual.
Na hora do voto, devemos estar atentos às recomendações bíblicas:
“A religião pura e imaculada para com Deus, o Pai, é esta: Visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações, e guardar-se da CORRUPÇÃO do mundo.” (Tg 1.27 Grifo meu).
 “Visto como o seu divino poder nos deu tudo o que diz respeito à vida e piedade, pelo conhecimento daquele que nos chamou pela sua glória e virtude; Pelas quais ele nos tem dado grandíssimas e preciosas promessas, para que por elas fiqueis participantes da natureza divina, havendo escapado da CORRUPÇÃO, que pela concupiscência há no mundo.” (2Pe 1.3-4 Grifo meu).

Fontes:
3 ROMEIRO, Paulo. Evangélicos em Crise. São Paulo: Mundo Cristão, 1999. Pag. 11.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

9º CONGRESSO DE JOVENS E ADOLESCENTES

Nos dias 10, 11 e 12 de Setembro, estaremos realizando o 9º Congresso de Jovens e Adolescentes, na Assembléia de Deus Setor III, que tem como igreja pólo a congregação em Soledade II. Na ocasião, estaremos realizando palestras e simpósios com os temas a seguir:

MARCAS DO SÉCULO XXI:


AVANÇO TECNOLÓGICO (internet, etc)
INCREDULIDADE (ceticismo)
FAMILIA CONSENSUAL (homossexualismo)
ABORTO (PNDH3) (aborto em todos os casos)
CERCEAMENTO RELIGIOSO (Perseguição)
CERCEAMENTO DO PENSAMENTO LIVRE (PL 122)
LIBERAÇÃO DE DROGAS ILÍCITAS (marcha da maconha)
PARAFILIAS (pedofilia, sadismo, etc)
CASTIDADE (virgindade, sexo antes do casamento)
PIRATARIA (Cds, Dvs, Douwloads, etc)
ENTRETENIMENTO NA LITURGIA DA IGREJA (Danças, jogo de luz, modismos, etc)

A gestão atual do Departamento de Jovens e Adolescentes no Setor III, está trabalhando com os jovens objetivando levá-los à consciência cristã, para que o evangelho seja pensado. Chega de oba oba!!!

Oremos para que tenhamos êxito ao realizar este trabalho, principalmente diante do contexto atual da igreja evangélica.

sexta-feira, 30 de julho de 2010

O CRISTÃO NA POLÍTICA (2)



  •  Há exemplos bíblicos de crentes na política?
Em primeiro lugar é importante definir política para compararmos os sistemas políticos exemplificados na Bíblia e o que hoje é exercitado no mundo e em nossa nação.

A política é uma arte, pois também diz respeito à maneira de ser ou de agir, mostrando a habilidade de alguém naquele ofício público. É ciência por agrupar conhecimentos necessários a organização e desenvolvimento da sociedade, e sempre de forma pública. Em minha concepção, uma das mais belas artes e ciências é a Política, se exercitada íntegra e genuinamente. 

Como formas de poder para o exercício político, temos a Autocracia, Democracia, Oligarquia e Teocracia. Os sub-tópicos de cada forma dá-nos clareza na concepção. Por exemplo, a nação de Israel, ao ser estabelecida por Deus, deveria ser conduzida teocraticamente. O desejo de Deus era que seu povo tivesse um reino sacerdotal (Ex 19.6), onde Ele mesmo os conduzisse em suas leis. Daí a instituição da Lei ou Torá, que tem o seu resumo no Decálogo (Ex 20; Dt 5).

Porém Israel, ao observar outras nações, pediu a Deus um rei (I Sm 8.5), era o início da Autocracia (ou monarquia), onde muitos reis passaram agradando e desagradando ao Senhor.
No Brasil, vivemos em uma Democracia, onde os representantes públicos do âmbito legislativo e executivo são escolhidos através do pleito. 

Assim, ao observar os homens e mulheres que estavam exercendo cargos políticos no período bíblico de Israel, vemos que àquele sistema político não tinha nada a ver com este sistema que hoje nos serve. Os exemplos extraídos da Bíblia, para justificar a participação de crentes na política, não cabem em nosso contexto. Vou citar alguns deles: 

José, governador do Egito, foi colocado milagrosamente por Deus naquele cargo, com o objetivo de cumprir o plano que o Senhor havia traçado para seu povo. Antes e depois de José, que outro governador servo de Deus assumiu aquele posto? Não há registro bíblico.

Moisés foi legislador das leis promulgadas por Deus aos filhos de Israel, as quais ele recebeu no monte Sinai aceso em fogo (Ex 19.18; Hb 12.18). Aquela legislatura era sacerdotal.

Davi foi ungido rei por Samuel (I Sm 16.12,13) sob a orientação de Deus, e começou o reinado sem passar por eleição popular, onde não se cabia compra de votos, favores e outras formas de corrupção. Da mesma forma outros reis que vieram após ele, e que agradaram ao Senhor. 

Daniel foi levado cativo com outros judeus por ocasião da invasão de Nabucodonosor a Jerusalém (Dn 1). Lá, sob providência divina, ele e seus companheiros foram guardados dos perigos advindos de uma nação estranha e, cumprindo o propósito de Deus, Daniel chegou ao posto de estadista. A posição pública de Daniel não apagou o ministério profético escolhido por Deus para ele. Mas a postura deste servo fiel é muito dispare dos exemplos que vemos no atual sistema político. Repito a pergunta: Antes e depois de Daniel, que outro estadista servo de Deus assumiu aquele posto? Não há registro bíblico.

Outros exemplos bíblicos poderiam ser citados para mostrar que há uma distancia muito grande entre o sistema, a forma e o propósito que fizeram aqueles personagens chegarem aos cargos públicos e o que vemos em nosso contexto atual.

Minha compreensão, aliada aos fatores mencionados, é de que há exemplos bíblicos de crentes políticos NAQUELA FORMA E COM AQUELES PROPÓSITOS citados, onde o objetivo maior era a realização dos planos de Deus para com o povo israelita. 

Considerando o contexto atual da política em nossa nação, nenhum exemplo bíblico deve ser usado para justificar a participação efetiva de crentes na política.

Não obstante, se houver necessidade hoje de um cristão dentro da esfera política para favorecer a Igreja do Senhor, Ele pode utilizar seus métodos incomuns e sobrenaturais para defender seu povo, como no caso da rainha Ester.

Na próxima postagem responderei a última pergunta, mais polêmica e com “muito pano pra manga”.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

O CRISTÃO NA POLÍTICA


Com todo o respeito às amizades de pessoas próximas a mim, e que estão de alguma forma, envolvidos diretamente com o sistema político e com alguns políticos. Respeitando as divergências de opiniões relativas a este tema, por parte de algumas lideranças também próximas a mim, e considerando algumas falhas na condução de justificativas para a associação do cristão genuíno com esse sistema político que nos serve, resolvi produzir esse comentário para que, de uma forma mais objetiva, as pessoas saibam minha postura, a forma como tento me conduzir nesta temática a partir de princípios que desde minha tenra idade procurei seguir, e especialmente, desde que comecei a exercer o direito a mim conferido, de participar dos pleitos como eleitor.
Pelo menos três questões sempre são levantadas sobre este tema, tais como: A igreja evangélica necessita de representantes políticos? Há exemplos bíblicos de crentes na política? É correto um cristão ser político?
Vou dar meu parecer em três postagens, começando com a primeira pergunta:
·         A igreja evangélica necessita de representantes políticos?
A igreja de Jesus, santa e imaculada, cresceu e desenvolveu-se sob o cuidado e a proteção única de Deus, mediante o poder e a operação específica do Espírito Santo. Os registros bíblicos e históricos comprovam isso. Nas perseguições que enfrentou, sempre recorreu à ajuda divina e a obteve (At 4.3-29; 5.18-20; 8.1-8; 12. 1-11; 14.22; 16.23-32; 21.13,14,27; etc.). O próprio Jesus instruiu os discípulos sobre a ajuda que receberiam do Espírito Santo nos momentos de perseguição (Mt 10.17-20; Jo 14.16-18).
No livro O Cristianismo Através dos Séculos, Earle E. Cairns coloca de forma elucidativa as perseguições enfrentadas no âmbito político, religioso, social e econômico, desde Nero indicando na Igreja o bode expiatório para o incêndio de Roma, passando pela interdição estatal da Igreja até as perseguições universais quando Diocleciano ordenou o fim das reuniões cristãs. E quais as conseqüências das perseguições enfrentadas? “... o sangue dos mártires era a semente da Igreja”1. A Igreja cresceu.
            O Edito de Milão, promulgado por Constantino para favorecer a Igreja, numa tentativa de aproximá-la do Estado, tinha por trás problemas políticos enfrentados por ele. E depois, quando Teodósio I estabeleceu o cristianismo como a religião exclusiva do Estado, os membros da Igreja, mas não verdadeiros convertidos, acabaram por misturar seus padrões de vida e costumes com a doutrina cristã e assim a Igreja ficou paganizada.
A história da Igreja cristã nos alerta para as conseqüências da junção dos líderes religiosos com os poderes do Estado. A supremacia e o poder papal chegam ao ponto de confundir-se com a posição dos imperadores. Como exemplo, na sua obra O Príncipe, Maquiavel, ao dar conselhos ao Duque Lorenzo II, cita o papa Alexandre VI, que foi feito bispo e cardeal por seu tio, o papa Calisto III. Para chegar ao poder papal, Alexandre VI (ou Rodrigo Bòrgia) por ser riquíssimo, comprou votos dos cardeais e entrou para a história pela fama de seus crimes.2
Outros exemplos, extraídos ainda de O Príncipe, poderiam ser mostrados para indicar as aberrações que circundaram a Igreja durante muito tempo, em conseqüência da abertura desta para o poder do Estado, para as questões políticas que chamavam às questões econômicas e, por conseguinte, as questões sociais, onde, usando o nome da Igreja, muitos líderes religiosos tiveram atitudes extravagantes que vão desde corrupção a prostituição. Um verdadeiro caos moral que culminou com as cisões e com a Reforma Protestante.   
 Olhando para a história de Israel, o povo de Deus, vemos que em todo o percurso desse povo, em todas suas conquistas, quem os defendia e os guiava era o próprio Deus, não precisando o povo de confiar nos poderes humanos e falhos. A propósito, o castigo de Deus a Davi por ele ter enumerado as tribos, dá provas claras de que Deus não aceita a substituição de sua ajuda por auxílios falíveis, tais como quantidade. Por ocasião do cativeiro, mesmo em terras estranhas, Daniel e seus companheiros foram protegidos milagrosamente por Deus (Dn 1-6). E para a libertação do povo, o Senhor levantou até um rei gentio, o rei Ciro, que conduziu o Seu povo à liberdade (Is 44. 28; 45.1; Ed 1.2). Foi nessa confiança que o salmista declarou: “O Senhor está comigo; não temerei o que me pode fazer o homem” (Sl 118.6).
Trazendo a discussão para mais próximo de nós, com os primórdios do Evangelho no Brasil e a implantação das Assembléias de Deus no Nordeste e nas demais regiões brasileiras, vemos que a perseguição foi acirrada pelas autoridades induzidas pelos padres locais. No município de Ceará-Mirim, em 1930, Deus usou o governador Juvenal Lamartine, mesmo sem ser evangélico, para permitir que o evangelho fosse pregado em meio à perseguição3. Se confiarmos no Senhor, ele nos protege usando até o ímpio.
Há o argumento de que, como representante político, um crente pode defender a causa do evangelho, especialmente nas leis que tramitam contrárias à mensagem cristã. Porém, a morte de Jesus se deu por ele estar “contra a lei”. “Responderam-lhe os judeus: Nós temos uma lei, e, segundo a nossa lei, deve morrer, porque se fez Filho de Deus.” (Jo 19.7). Paulo também foi perseguido por estar “contra a lei”. “Este persuade os homens a servir a Deus contra a lei” (At 18.13). O apelo de Paulo a César não o tirou da prisão, apenas o permitiu pregar para o rei Agripa (At 26). Se a perseguição tiver que vir à Igreja evangélica brasileira, não serão os representantes evangélicos que impedirão. “Se, pelo nome de Cristo, sois vituperados, bem-aventurados sois, porque sobre vós repousa o Espírito da glória de Deus” (I Pe 4.14). A censura e o desprezo sempre fizeram parte da história da Igreja e ela avançou por que “as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mt 16.18).

Por outro lado, os candidatos eleitos não devem representar um segmento específico, mas a população em geral. Os projetos de lei nas diversas áreas como saúde, educação, transporte ou segurança pública, quando aprovado, deve trazer benefício às pessoas de todas as religiões.

 

Então, diante desses e de outros fatos bíblicos e históricos, não creio que a Igreja necessite ter representantes humanos e falíveis para defendê-la. Quem nos defendeu e nos defende até hoje, e sempre de forma milagrosa, é o Senhor Jesus, e nele sempre somos mais que vencedores (Rm 8.37; I Co 15.57). Afinal de contas, a Igreja não é uma simples organização humana e falível, somos o organismo vivo de Cristo, o corpo de Cristo, e Ele como cabeça, sabe nos conduzir (I Co 12.27; Ef 1.22,23; Cl 1.24).
A Igreja evangélica NÃO necessita de representantes políticos.
Aguarde a próxima e comente.
BIBLIOGRAFIA:
1CAIRNS, Earle E. O Cristianismo Através dos Séculos, Uma História da Igreja Cristã. São Paulo: Vida Nova, 1995.
2MACHIAVELLI, Nicolo. O Príncipe. Rio de Janeiro: Ediouro, 2004.
3ALMEIDA, Abraão de. História das Assembléias de Deus no Brasil. Rio de Janeiro: CPAD, 1982. (Pág. 147).

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Leonard Ravenhill

Você já ouviu falar do pastor Leonard Ravenhil? Busque, faça uma pesquisa. Porém, mas do que isso, reflita sobre as mensagens que ele proferiu. 

Dentre as citações dele que pude ver, estão essas: 
  • "Um homem pecador pára de orar, um homem de oração pára de pecar"
  • "A Igreja costumava ser um barco salva-vidas... Agora ela é um cruzeiro..."
  • "Minha maior ambição na vida é estar na lista dos mais procurados do diabo." 
  • "Se Jesus tivesse pregado a mesma mensagem que os ministros pregam hoje, Ele nunca teria sido crucificado." 
  • "O entretenimento é o substituto diabólico da alegria"
Como sugestão, há um vídeo no youtube com o título: Acorde Igreja - David Wilkerson e Leonard Ravenhill

terça-feira, 16 de março de 2010

Blogueiros assembleianos lançam selo pela unidade no Centenário

Esta mensagem foi retirada dos blogs Manhã com a Bíblia e E Agora, Como viveremos?. Acrescentei somente o nome do meu blog, para me colocar como adepto da campanha.

"Um grupo de blogueiros assembleianos aderiu à campanha pela unidade nas comemorações do Centenário das Assembleias de Deus. O pastor Carlos Roberto, em recente encontro com o responsável por coordenar tais atividades, mencionou o tema e algumas semanas depois o pastor Geremias do Couto o trouxe para o blog com a postagem: Centenário da AD no Brasil: de que lado você está? Logo o irmão Luís, do blog evangelização, sugeriu que se criasse um selo para fomentar a ideia, que foi imediatamente encampada por outros colegas.

Alguns dias depois o irmão Elian Soares, do blog Evangelismo e Louvor, preparou o primeiro rascunho, o qual, depois de receber diversas sugestões, entre as quais a do companheiro Robson Silva, resultou no selo que acabamos de publicar em nossos blogs como uma das ferramentas para alavancar a campanha em favor de uma comemoração unida de todos os assembleianos, no ano do Centenário, incluindo CGADB, CONAMAD e a igreja-mãe, em Belém, PA. 

O selo teve como idéia tornar a logomarca oficial do Centenário um quebra-cabeça, onde cada peça representa um ministério, visto que a nossa igreja forma esse grande mosaico com diferentes ministérios e convenções. As quatro mãos que montam o quebra-cabeça significam que a unidade em torno das comemorações do Centenário depende da boa vontade dos líderes e respectivos ministérios e convenções. Nosso papel é fomentar e ajudar essas mãos a montar o quebra-cabeça. Cremos que com a ajuda de Deus poderemos chegar lá. Mas no mínimo fizemos a nossa parte.

Trata-se de uma campanha sem partidarismos, sem donos e espontânea, que pretende estar acima de qualquer facciosismo, visando um verdadeiro congraçamento que contribua para celebrar a unidade, e para o seu fortalecimento, evitando que ela fique mais esgarçada em razão de comemorações que se prenunciam divididas, e que, desta forma, não representam os verdadeiros anseios do povo assembleiano.

Estes são os blogs que lançam, simultaneamente, a campanha na blogosfera cristã e, sobretudo, assembleiana:

A Supremacia das Escrituras, Marcello Oliveira.
A serviço do Rei Jesus, Ev. Jairo Elin.
Alerta final, Gesiel Costa.
Blog da Adélia Brunelli.
Blog do pastor Robson Aguiar.
Blog do pastor Newton Carpinteiro.
Blog do Marcelo Vieira
Blog da UMADEMA
Blog do pastor Eliel Gaby.
Blog do pastor Guedes.
Blog do Ivan Tadeu.
Blog do Pr. Flávio Constantino.
Blog do Pr. José Paulo Porte
Blog do Pr. Levi Agnaldo
Cristianismo Radical, Juber Donizete.
Cristo é a Vida, Pb. Uilton Camilo
Dispensação da Graça Pr Andre Costa
Em Cristo, nova criatura, Cláudio Ananias
Esboçando a Palavra
E agora, como viveremos?, Valmir Milhomem.
Encontro com a Bíblia, Matias Borba.
Geração Que Lamba, Victor Leonardo Barbosa.
Ide e Anunciai
Manhã com a Bíblia, Geremias do Couto.
Ministério São Paulo, Pr. Brunelli
O pregador, Pb. Juari Barbosa.
O Balido, Judson Canto
Palavra de Mulher, Sarah Virgínia
Philadelfia – Evangelismo e Louvor, Elian Soares.
Plenitude da Graça
Point Rhema, Carlos Roberto Silva.
Profetizando a Palavra, Pb. Uilson Camilo.
Prossigo para o Alvo, Robson de Souza.
Reflexões sobre quase tudo, Daladier Lima.
Teologia Pentecostal, Gutierres Siqueira.
Victória Antenada, Victória Virgínia

Se você deseja ver o povo assembleiano unido nas comemorações do Centenário, una-se conosco. Se você deseja ver as filhas em todo o Brasil ao lado da igreja-mãe comemorando a chegada dos pioneiros Gunnar Vingren e Daniel Berg há 100 anos na cidade de Belém, PA, trazidos pelo Espírito Santo para espalhar o fogo do movimento pentecostal no país, divulgue esta mensagem para outros blogueiros e coloque no seu blog o selo que ora lhe sugerimos.

Seja um fomentador da unidade nas comemorações do Centenário das Assembleias de Deus. Deus pode usar este movimento para aparar arestas, fazer cair por terra vaidades pessoais e cessar toda polarização que hoje tem sido motivo de muita tensão e discórdia entre as nossas lideranças.

Que o Senhor nos ajude."

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

BÍBLIA DAKE – ERROS DOUTRINÁRIOS

Depois de folhear a Bíblia Dake, editada pela CPAD e Editora Atos, pude encontrar alguns equívocos doutrinários. Em uma visão rápida, procurando a abordagem de Dake sobre alguns temas mais comuns de se deparar com heresias, encontrei 6 (seis) comentários, os quais reproduzo aqui. Os números das páginas estão em negrito para melhor indicação. Vou fazer um leve comentário contestando-os.

 Na página 3, comentário sobre Gn 1.28c, está escrito: “Isso mostra a existência de um sistema social antes de Adão”.

No blog Fronteira Final, pastor Antônio Mesquita assim se expressou sobre isso: “... questões não aceitas pela doutrina cristã, como o comentário de Gênesis 1.28c, que a mim não passa de especulação, dando conta da existência de uma sociedade pré-adâmica...”. De fato, não existem textos bíblicos claros que evidenciem essa especulação. O próprio G. H. Pember, que argumentou bastante sobre essa interpretação em As Eras Mais Primitivas da Terra, escreveu: “Consideremos, então, as poucas referências que a Bíblia parece oferecer relacionadas a este grande mistério. Contudo, devemos pisar de leve... pois não temos certeza do seu fundamento1”. Então, está claro que essa abordagem é antipentecostal.

 Veja o que está dito na página 72, a respeito da Trindade: “Todas as três pessoas têm o próprio corpo, alma e espírito e formam a Trindade divina”.

Esse equívoco doutrinário ficou famoso com Benny Hinn, que sugeriu o desmembramento das três pessoas, afirmando: “há nove deles”. Mas leia em contrapartida o que disse Hank Hanegraaff: “A assertiva de que cada membro da Trindade tem seu próprio e distinto corpo espiritual subentende que existam três seres separados e distintos – em outras palavras, três deuses. Essa visão antibíblica (o triteísmo) corre contrário a tudo quanto as Escrituras ensinam – que há um só Deus, revelado em três pessoas2”.

 Dake dá 18 definições de fé, a maioria baseada em Hebreus 11. A terceira definição que ele dá é: “Poder criativo das obras divinas”, baseado em Hb 11.3. (Página 1969).

Porém, o texto de Hebreus diz outra coisa: “Pela fé, entendemos que os mundos, pela palavra de Deus, foram criados; de maneira que aquilo que se vê não foi feito do que é aparente.”. A tentativa de Dake é induzir o leitor a pensar que Deus criou o mundo por Sua fé (para sustentar o ensino errôneo da fé do tipo de Deus), entretanto, o que o texto está dizendo é que nós entendemos pela fé, que Deus criou os mundos pela sua palavra.

 A prova de que Dake está tentando induzir esse pensamento acima, é que está escrito claramente isto na página 1613. Ao explicar Mc 11.22, ele diz: “Literalmente: ‘Tenha a fé de Deus’... o homem foi criado com a fé de Deus...”.

Deus não precisa de fé. A Bíblia diz que Jesus é “o autor e consumador da fé” (Hb 12.2), assim, ele é o objeto da fé e não um sujeito que precisa ter fé.

 Agora vamos para a página 1732 da Bíblia Dake. Comentário de Jo 15.7. “... Um verdadeiro cristão pode conseguir o que quiser, assim como o que precisar. Uma oração dizendo: “se for da tua vontade”, envolvendo qualquer coisa que Deus já prometeu, e portanto já claramente mostrada que é da vontade dele, sendo pedida com fé, sem duvidar, é realmente uma oração de incredulidade”.

Eu já li isso em outros lugares. Nos escritos de Kenneth Hagin e R. R. Soares, por exemplo. Mas não podemos nos deixar envolver por mais esse ardil. ‘Se for da tua vontade’ não é incredulidade, mas reconhecimento da soberania de Deus. Jesus ensinou no Pai Nosso a frase “seja feita a tua vontade” (Mt 6.10) e deu-nos o exemplo quando orou ao Pai no Getsêmani “faça-se a tua vontade” (Mt 26.42). E mais, nós não podemos conseguir o que quisermos como diz Dake, nós temos é que orar pedindo a Deus a realização da vontade d’Ele em nossa vida.

 Vamos pra mais algumas páginas. 1717, com comentário de Jo 14.13: “O propósito da procuração entregue aos crentes”. 1721, com comentário de Jo 16.23: “Isso repete a doutrina da procuração em favor dos crentes, e ensina a representação nas questões divinas”. “O uso livre, ilimitado e absoluto de seu nome é o depósito na conta da igreja. Os cheques serão descontados na medida em que forem assinados por uma mão firme e segura”. Comentário de Jo 14.24: “... não hesite em pedir quaisquer bênçãos físicas, materiais ou espirituais – qualquer necessidade de seu corpo, alma e espírito, pois Ele não lhes negará nenhuma benção”.

Não é o uso livre e ilimitado do nome de Jesus que nos garante resposta das orações. Isso se parece com exigir de Deus, e não pedir (outro ensino errado da Confissão Positiva).

Agora imagine Deus atendendo todas as nossas orações! É óbvio que Ele não atenderá uma oração egoísta, uma oração que não esteja de acordo com Sua vontade (I Jo 5.14). E ainda, os propósitos de Deus em nossa vida é que valem (Rm 8.28) mesmo quando não entendemos na hora (Jo 13.7).

NOTA 1: Embora esses comentários sejam contrários a doutrina ortodoxa da Assembléia de Deus, a Bíblia Dake tem muitas qualidades no que concerne a ferramentas de estudo para os ministros, professores e estudiosos da Bíblia Sagrada.
NOTA 2: Não é o lançamento desta Bíblia pela CPAD que vai tirar meu respeito e confiança pela editora. É preciso mais.
NOTA 3: A Bíblia Dake deve ser estudada e analisada à luz de I Ts 5.21: “Examinai tudo. Retende o bem”.

Referências:
1. Pember, G. H. As Eras Mais Primitivas da Terra. Tomo 1. São Paulo: CCC Edições, 2002. Página 62.
2. Hanegraaff, Hank. Cristianismo em Crise. Rio de Janeiro: CPAD, 2004. Página 135.

sábado, 30 de janeiro de 2010

Refutações: Confissão Positiva e “Teologia” da Prosperidade


Freqüentemente somos abordados por pessoas que fizeram ou estão fazendo o curso Rhema (a grade curricular normalmente segue as matérias do Centro de Treinamento Bíblico Rhema Brasil) que reforça o pensamento positivo a partir de textos bíblicos, e tem como base os escritos de Kenneth Hagin.
Uma das características das pessoas que estão tendo contato com esses ensinos é a imaginação de que “agora sim” estão conhecendo a verdade, mesmo depois de anos que aceitaram a Jesus, como se a revelação da Palavra de Deus só se tornasse possível sob a perspectiva desse seguimento evangélico atual.
Só pra se ter uma idéia, no arcabouço desses ensinos é visto alguns equívocos facilmente refutáveis. Vou enumerar seis deles:
1.       Fé na sua fé”. Estranho? Mas é isso mesmo. Eles ensinam que você deve ter fé em suas palavras, aí você terá fé em sua fé. E isso baseado em Marcos 11.23. REFUTAÇÃO: È só ler o versículo anterior, o 22. “Tende fé em Deus”. A fé deve ser depositada em Deus e não em nós mesmos.

2.      A fé do tipo de Deus”. Cuidado, eles podem dizer que o vers. 22 se traduz corretamente “tende a fé do tipo de Deus” como se Deus precisasse de fé. REFUTAÇÃO: O substantivo “Deus” é o objeto da fé e não o sujeito da fé, ou seja, “Não se trata da fé que Deus tem, e, sim, da fé da qual Deus é o objeto”. E isso está de acordo com o original ‘Echete pistin theou’.


3.      E tudo quanto exigirdes em meu nome”. Essa é a interpretação que Hagin faz de Jo 14.13. Assim, o crente não pede, mas exige de Deus, em nome de Jesus. REFUTAÇÃO: o verbo ‘pedir’ dessa passagem, de acordo com o termo grego original ‘aiteo’, significa pedir mesmo. Esse verbo sempre aparece no Novo Testamento com a idéia de súplica (Mt 7.7,11; Ef 3.20; Tg 1.5; I Jo 5.14,15).

4.      Jesus morreu espiritualmente e recebeu a natureza de Satanás”. Dizem que o sacrifício de Jesus para ser completo tinha que ter morte espiritual, além de física, e a serpente levantada por Moisés no deserto era a representação da natureza de Satanás em Jesus. REFUTAÇÃO: a Bíblia não fala sobre essa suposta morte espiritual em lugar nenhum, pode procurar. A alusão a serpente, do texto de Jo 3.14 se refere ao tipo de morte (ele foi levantado no madeiro, como Moisés levantou a serpente,). O texto de I Pe 3.18 diz claramente que Jesus foi “mortificado na carne”, e, além disso, Jesus foi o cordeiro imaculado (Hb 9.14; I Pe 1.19).

5.       “O crente não deve adoecer”. Baseiam-se no texto de Isaias 53.4,5 para argumentar que nós fomos sarados e o crente não deve adoecer mais. REFUTAÇÃO: O texto de Isaias diz respeito à cura espiritual, é só ler o contexto. E Pedro ainda explica que a cura é espiritual mesmo (I Pe 2.24,25). Através de Paulo muitos foram curados (At 19. 11,12), porém alguns textos sugerem problema físico em Paulo (Gl 4.13,14; 6.11; II Co 12.7), em Timóteo (I Tm 5.23) e em Trófimo (II Tm 4.20). Porque Paulo não os curou e também a si mesmo? Porque a soberania divina está acima de qualquer benção material e física, e Deus sabe o que é melhor para cada um de nós (Rm 8.28; II Co 12.9). Só a título de curiosidade: Kenneth Hagin passou seis semanas com cardiopatia, além das dores de cabeça e de outros sintomas que vieram depois de ser curado.

6.      O crente não deve ser pobre”. Um texto famoso que eles usam é Mc 10.30, dando ênfase a expressão “... que não receba cem vezes tanto”, assim o crente deve receber casas e campos cem vezes mais, se derem ao Senhor suas propriedades. Outros textos usados são os que falam de suprimento e prosperidade como Fl 4.19 e 3 Jo 2. REFUTAÇÃO: Se o texto de Mc 10.30 fosse aplicado literalmente, qualquer pessoa que desse um carro para a Igreja, receberia uma frota automaticamente, se desse uma casa, receberia um condomínio com cem casas, e assim por diante. Porém...

A família de Jesus era pobre (Lc 2.24; Lv 12.8), na igreja de Corinto havia crentes pobres (I Co 11.22), na Galácia também (Gl 2.10) e Pedro disse ao paralitico que não tinha “prata nem outro” (At 3.6). Os textos bíblicos que falam de prosperidade nem sempre estão se referindo a riquezas, como é o caso de 3 Jo 2: “...faço votos por tua prosperidade e saúde, assim como é próspera a tua alma”.

CONCLUSÃO:
Creio que estas simples refutações, porém profundas, são suficientes para deixar um crente sincero apto a questionar os proponentes da fé, quando eles vierem com aquele ar de detentores da verdade. Finalizo, reproduzindo as palavras de Charles H. Spurgeon: “O antigo pacto era um pacto de prosperidade. O novo pacto é um pacto de adversidades, mediante o qual estamos sendo desmamados deste mundo presente e nos preparando para o mundo vindouro”.
OBS: Utilizei os seguintes livros como consulta para esta postagem: Cristianismo em Crise, de Hank Hanegraaff (CPAD), e Super Crentes, de Paulo Romeiro (Mundo Cristão), além da Bíblia Sagrada (RC, de 1969).

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

TEM SABOR DE MEL, TEM SABOR DE MEL



A Bíblia Sagrada nos adverte em Provérbios 22.3 que “O avisado vê o mal, e esconde-se; mas os simples passam, e sofrem a pena.” , e ainda “O sábio teme, e desvia-se do mal, mas o tolo encoleriza-se, e dá-se por seguro” Pv 14.16.

Como alguém que tem buscado primar pela doutrina genuinamente cristã, tenho me direcionado para o campo da apologética, uma tarefa no mínimo árdua nos dias de hoje, onde cada vez mais se multiplica as inovações carregadas de heresias dentro de nossos templos.

Esta música Sabor de Mel, muito cantada em nossos cultos evangélicos, está carregada de expressões heréticas e que transmitem sentimentos estranhos à conduta cristã.

Inclusive, já conversei com alguns irmãos que poderiam orientar melhor aqueles que, de forma ingênua, estão cantando estas coisas, além de conversar também com as pessoas responsáveis por colocar músicas com temáticas positivistas e com teor de auto-ajuda, em detrimento de músicas que falem sobre a essência do Evangelho. Infelizmente, muitos preferem insistir no erro, como os versículos de Provérbios citados acima, por razões que não poderiam sobrepujar a primazia da genuína Palavra de Deus.

Mas, quais são as expressões equivocadas encontradas nesta música?

1.      “Vão dizer que você nasceu pra vencer”

Ora, o homem não nasceu pra vencer, ele nasceu pra perder, porque nasceu em pecado {Sl 51.5}, e o salário do pecado é a morte {Rm 6.23}. Se somos vencedores hoje, somos vencedores “... por aquele que nos amou” {Rm 8.37}.

Quando a Bíblia fala sobre o crente vitorioso, sempre associa a nossa luta contra os desejos carnais, o mundo e o diabo {Ef 4.27; 6.12; Tg 4.7; I Jo 2.15-16; 4.4; 5.4}, e a nossa vitória é sempre “... por nosso Senhor Jesus Cristo” {I Co 15.57}, e não por nossa capacidade {II Co 3.5}.

2.    “Que já sabiam por que você tinha mesmo cara de vencedor”.

Uma expressão muito comum nos livros de auto-ajuda. Augusto Cury, um dos escritores mais expressivos desse seguimento, tem alguns livros que reforçam essa idéia. Por exemplo: Você é Insubstituível e Nunca Desista de Seus Sonhos.

Existe um livro intitulado O Segredo das Mentes Vencedoras que, na sua propaganda diz: “O verdadeiro sucesso ocorre em três dimensões (física, mental e espiritual). Qualquer pessoa no mundo é capaz de atingi-lo, desde que se prepare para isso e que acredite que nós, seres humanos, nascemos para vencer”.

Ou seja, está sugerindo que o ser humano pode ser vencedor sozinho, sem a Ajuda do Alto.

3.    “Quem te viu passar na prova e não te ajudou, quando ver você na bênção vão se arrepender”.

A idéia aqui apresentada é de crentes que vivem se engalfinhando. São duas situações: Primeiro - alguns crentes vêem outros passando dificuldades e não fazem nada pra ajudar porque pensam “quero só ver esse crente sofrer”. Segundo - o crente que está passando lutas pode pensar “estou sofrendo e esses irmãos não me ajudam, mas eles vão ver só, quando eu estiver na bênção vão ficar arrependidos”, em outras palavras: “me vinguei”.

Parece que quem canta essa música não conhece as palavras de Jesus “... orai pelos que vos maltratam e vos perseguem” {Mt 5.44}. E as palavras de Paulo “Não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira, porque está escrito: Minha é a vingança; eu recompensarei, diz o Senhor. {Rm 12.19}.

4.    “Vai estar entre a platéia e você no palco”.

Essa é uma comparação descabida de senso litúrgico do culto cristão. É uma frase que aproxima a liturgia dos cultos a um show. A igreja agora está sendo comparada a um teatro, a uma casa de espetáculo ou coisa parecida, onde existem os artistas que se apresentam e os convidados que com seus ingressos podem assistir ao espetáculo.

O termo “culto” significa adoração ou homenagem à divindade, ou seja, em nosso caso Deus é quem deve ser louvado, honrado e adorado. A estrela do culto cristão é a resplandecente estrela da manhã, Jesus {Ap 22.16}.

5.     “Mas minha vitória hoje tem sabor de mel, tem sabor de mel, tem sabor de mel, a minha vitória hoje tem sabor de mel”

Esse refrão isolado não sugere perigo algum, mas ele está inserido no contexto das demais expressões acima. E a repetição exagerada reforça a idéia de vingança, como se dissesse: “veja meu irmão inimigo {se é que pode}, eu venci, eu venci, veja, me vinguei”.

CONCLUSÃO:

Vamos ter mais cuidado com aquilo que cantamos e ensinamos na Igreja, principalmente aos novos convertidos.

PARA MEDITAR E DESCONTRAIR:

“Achaste mel? come o que te basta; para que porventura não te fartes dele, e o venhas a vomitar.” {Pv 25.16}.

“Comer muito mel não é bom; assim a investigação da própria glória não é glória.” {Pv 25.27}.

Por Cláudio Ananias